terça-feira, 27 de outubro de 2009

Enquanto estou dirigindo penso. É um exercício que começou sem eu mesma perceber. Daí tomei gosto. Alí não tem escapatória: somos eu e eu. Sozinha, tenho que falar comigo mesma. Nem o rádio me socorre porque a música, como já disse lá atrás, só me inspira. Se ouço as que gosto então, aí é que vou pra dentro de mim, mesmo. E nesse vai-e-vem, no trânsito, vou falando comigo, numa voz que não sai, que é atestado de burrice levar uma vida dessas... Seis meses pra completar os 40 e quando olho em volta, não gosto do que vejo. E se continuo assim, nessa vida, é ou não burrice? O Moska diz (da lista das que gosto): "olhei pro amanhã e não gostei do que vi". E eu me identifico? Ops... E depois ele completa: "sonhos são como deuses, quando não se acredita neles, deixam de existir". E tento dizer isso pra mim mesma, pra ver se acordo - mas permaneço sonhando (não resisti ao trocadilho!). Ignorando a falta de modéstia (afinal não vou mentir pra mim, numa conversa comigo mesma), sempre tive a humildade de procurar aprender com os outros. Sei lá, observar alguns exemplos ou no mínimo, tentar ouvir o que me dizem. Nem todo mundo leva uma vida ruim dessas... Frase difícil de dizer pra mim mesma... Difícil porque é a hora de escancarar, de jogar na cara mesmo. É quase uma constatação. Sim, porque não sei da vida de todo mundo, em detalhes, mas penso que não levam mesmo uma vida ruim, como punição por aquilo que são (ou que não são). Porque enquanto falo comigo, vou me mostrando, que viver assim é o castigo que me inflijo. Diriam os psicólogos, psicalistas, psiquiatras e os pseudo-psico (nos quais me incluo) que inconscientemente eu penso que estou ou que sou errada e que devo me punir. Pegadinhas que fazemos conosco mesmos... Ou em outra versão, burrice. Até quando vou me auto-flagelar? ATÉ QUANDO? Até onde vai a permissão que me dei pra aguentar dormir mal (ir pra cama mal e mal dormir)e acordar anestesiada, esperando o dia que virá... porque quem sabe terei a sorte de que seja um dia melhor? E neste dia que se passa, já cometi quantas agressões comigo mesma? Trabalhei em excesso; comi mal; senti raiva de quem não merecia minha atenção; lamentei minhas dificuldades; me culpei um sem número de vezes porque cometi uma falta ou porque não cometi, pois não fui lá e tentei; me senti a mãe mais desleixada, e dá-lhe chicote, dá-lhe, dá-lhe, dá-lhe! E neste diálogo eu me pergunto, não até quando vou me maltratar (e permitir que me maltratem) mas, até quando vou aguentar? Até quando vou aguentar? Pergunta sem resposta... Vou dirigir mais...

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