Já passa da hora de escrever. Nos altos e baixos, nas idas e vindas, ou mesmo nas famosas "voltas que o mundo dá" não só estou, como sou mais corajosa. Não só estou, como sou mais feliz. O caminho que percorri foi tão difícil que se me contassem eu pensaria que era uma estória inventada, estória com "e" mesmo. No entanto é a minha história, de um ciclo que se bem me lembro, começou a uns quatro anos desenhando-se numa curva descendente... de uma queda que não percebi que acontecia e que quando dei por mim, eu já estava na ponta desta linha, caída num fundo, sem forças, sem amor próprio, sem energia...sem graça pela vida... sem brilho... E de lá pra cá tudo o que vivi foi mais uma história que nem conto (quem sabe um dia), só pontuo: iniciei uma escalada de volta, numa luta pra me salvar - me salvar mesmo porque eu desejei desaparecer, tentando me safar, me libertar daquele buraco em que caí. Não fosse a ajuda de tantos amigos, ouvintes incansáveis, pessoas que foram colocando outras pessoas no meu caminho, profissionais que me ajudaram, e uma teimosia de minha parte que me fez insistir em ficar melhor, não sei aonde esta história daria . Eu nunca aceitei aquela infelicidade. Nunca. E fui descobrindo o gosto bom de ser eu mesma, a satisfação de assumir tudo o que gostava, sobretudo o valor que eu tinha, melhor ainda: o amor que tinha. Amor de mão dupla, de quem recebe e ama tanto quanto. Ou seria amor de quem dá amor e recebe em troca? Sei que cheguei a depender muito disso. Mas como é bom crescer... Como é bom a idade adulta dos sentimentos! Como é bom chegar à maturidade e usufruir com liberdade o direito de brincar, de rir, de se expressar com a espontaneidade da criança. Como nos fortalece admitir os próprios erros, as próprias limitações e fraquezas! Nada como ser a gente mesmo! Aprender a lidar com tudo o que não controlamos, aprender a ganhar perdendo, aprender a fazer de outro modo, aprender a enxergar o outro caminho, e seguir por ele. Eu já saí daquele buraco. Não foi tarefa fácil. Escorreguei por ele novamente muitas vezes, sofri muitos cortes, feridas muito doloridas, às vezes, já estava quase na superfície e despencava pro fundo dele, numa velocidade quase fatal. Quase fatal... Eu tinha um anjo comigo, o tempo todo. Um anjo que me guardou e me formou: posso ser, posso sentir, posso até errar, mas não preciso parar de caminhar, não devo desviar meu olhar, nem me afastar de mim mesma. Porque eu sou a minha melhor ajuda, porque eu sinto mais amor por mim, porque eu sou importante pra mim, porque eu sou obra inacabada do Criador que me amou desde o início, que ainda tem muito o que fazer por mim.
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