Não paro

Escrevo na folha de caderno que pedi pro estudante, na lanchonete. Penso o tempo todo em escrever e fiquei desprevenida, sem caneta e papel... Pessoas como eu, que se aventuram em escrever suas ideias e sentimentos devem ter sempre à mão um caderninho e uma caneta. Ando com a cabeça fervilhando de pensamentos, lembranças, sonhos. Passo os dias me perguntando, questionando. Quero saber da minha vida, se ela vai continuar como está, se vai melhorar, se me surpreenderá com a alegria que busco, com a liberdade que cobiço. Mas penso também que essa tal vida nunca me dará o gosto de sentir-me realizada. Talvez não seja ruim. Deve ser um artifício do Dono da vida, incutir a eterna insatisfação em nós. Assim, nunca desistiremos - de verdade - de viver, porque haverá sempre a expectativa de realizar mais. Em meio a estas questões, eu falo com o Dono da vida, o Senhor Deus. Pergunto a Ele também se estou no caminho certo. E peço o discernimento, dom que acredito ser só divino. Nada há de humano no discernimento. Discernimento pra mim é graça, tamanha a importância que ele tem em nossas vidas. Ora, o que será de nós se não acreditarmos em algo além daquilo que vemos? Por trás da nossa realidade, tem de haver uma Força Maior, um Ser que não se aprisiona e age onde quer, como quer. É pra Ele que entrego a minha vida quando constato que não tenho todo o controle. Permaneço com minhas intermináveis perguntas, inesgotáveis questões, mas tento fazer o difícil exercício de deixar a vida acontecer, orquestrada também pela vontade de Deus.